sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aracaju e Mangue Seco


Aracaju

Hoje de manhã enquanto eu pedalava por uma praia infinita, com coqueiros de um lado e um mar azul prateado de outro, criei uma religião, que consiste basicamente em todo ano vir para o nordeste passar uma (s) semana (s) durante os meses de inverno.  É um pecado congelarmos no sul, quando o paraíso ensolarado está tão perto, nem precisa mudar de hemisfério!


                                                                                                                                             
Aracaju é um sossego.  Ficamos na Praia da Atalaia, que é o bairro turístico, onde só há hotéis, pousadas, restaurantes e bares, distante do Centro. A pousadinha que achei na internet, Pousada do Sol, é uma delícia, só atravessar a rua, a ciclovia, um lago, um gramado enorme e chega na praia. As praias da cidade de Aracaju não são lindas, é uma praia só que vem da fronteira com a Bahia, atravessa Sergipe, e vai até Alagoas. Mas a orla, que é a beira-mar daqui, é uma delícia. Dois dias à noite fui correr ali, uma brisa deliciosa, e muita gente correndo e pedalando.     


Aliás, desde que cheguei aqui e vi tanta gente pedalando, me deu uma vontade enorme de conhecer a região sobre duas rodas, e hoje consegui alugar uma bike. Foi a melhor decisão! Comecei pedalando pela ciclovia em direção ao sul, pois a medida que se afasta da área urbana, a praia vai ficando mais bonita. Depois de 20 minutos pedalando, a ciclovia acabou, e aí ao invés de continuar pela rua, resolvi pedalar na praia.   Que delícia, areia dura e brisa do mar! Cheguei à Praia de Parati, que é linda. Eu tinha combinado de pegar praia ali com um pessoal que conheci ontem, mas não resisti. Já tinha pedalado por 1 hora, e resolvi continuar. Praia deserta, não via ninguém na minha frente, só um visual lindo! Ao voltar para a Praia de Parati, tomei uma água de côco, e todo mundo quis pedalar pela praia com minha bike. Ficamos horas ali, papeando na sombra dos coqueiros, até que me deu muita vontade de sossego (mais sossego) e de ler o meu livro. Como é bom ter uma bike, tempo bom, não ter rumo nem compromisso! Comecei a pedalar no sentido da volta, e logo vi um ‘ajuntamento’ de coqueiros fazendo uma sombra enorme... li...dormi...pensei...entrei no mar.... li mais..... que vida dura....

** Outras dicas de Aracaju: o Mercado Municipal de Aracaju vale muito a pena uma visita, e a famosa Passarela do Caranguejo é um pega-turista forte!












Mangue Seco

Mangue Seco, apesar de estar em território Baiano, fica a apenas 80 km de Aracaju. Eu sabia que queria ir até lá, mas ainda não sabia como. Minha amiga Audy, com que eu tinha ido para o Cangaço, já tinha voltado para Sampa. Eu tinha até agendado na recepção de nossa pousada para ir por um passeio deles, mas não estava me sentindo bem com a idéia de excursão. Então enquanto eu tentava extrair alguma informação do recepcionista da pousada sobre ônibus de linhas ou outras opções, um casal carioca que eu já tinha conversado na pousada, me convidou para ir com eles, no carro que eles tinham alugado. Ótimo, adorei a mudança de planos!  Só que eu só poderia ir com eles até lá, e não voltar, pois eles iam continuar a viagem rumo a Salvador pela linha verde, ou seja, ia ter que descolar outro jeito de voltar.

Saímos cedo de Aracaju rumo sul, e depois de uns 40 minutos de ótima estrada, chegamos no fim da linha, frente a um rio maravilhoso, caudaloso e azulzinho. Uma curta travessia de lancha, e eis que chegamos ao famoso Mangue Seco. Dali do píer ainda não dava para ter idéia do porque do local ser tão famoso. Ainda mais que vários bugueiros não nos deixavam em paz, querendo cobrar uma fortuna para irmos de bugue até a praia pelas dunas. Alegavam que era ‘impossível’ ir caminhando pela praia....mal sabem eles.... se desse tempo teria ido de Aracaju até Mangue Seco a pé! O casal de cariocas foi de bugue pois tinham pouco tempo, e eu, que já não gosto de bugues nem de nada motorizado e barulhento sobre dunas e restingas, me juntei a duas catarinenses, e fomos descobrindo o caminho na raça até a praia.... “as duas horas de caminhada sobre dunas” transformaram-se em 20 minutos ao longo do rio!   

Um visual mais lindo do que o outro, uma paz, um silêncio, me lembrou demais minha época de Morro de São Paulo, final dos anos 80, quando não tinha nem eletricidade nem casas nas praias. Aquele astral de tempo passando devagar, praia lindíssima (inexplicável, parece que é só pisar na Bahia e tudo se transforma!), e eu já estava louca para me mudar de Aracaju para Mangue Seco. Varias pousadinhas super charmosas na beira do rio. Caminhei muito pela praia, até esquecer da vida, e lembrar que tinha hora para voltar, pois já tinha combinado de voltar com as catarinenses para Aracaju. 

Definitivamente sei que um dia vou voltar para este lugar, e passar um bom tempo.