domingo, 12 de junho de 2011

Caminho Português de Santiago de Compostela BY BIKE

Finalmente o pedal!
Estamos moídas, coxas anestesiadas, dor em todo lugar, mas so happy! Pedalar pelo norte de Portugal foi a melhor escolha, os caminhos são lindos, super tranqüilos, a paisagem é lindíssima e super diferente do que estamos acostumadas! As casas são na maioria feitas de granito, e tem jardins enormes que são sempre plantações de alguma coisa, a maior parte videiras, mas também tem muita horta. As flores são um capítulo à parte, nunca vi lugar tão florido. Não que dê muito tempo para apreciar a paisagem enquanto pedalamos... a maior parte do pedal  foi em trilhas, caminhos romanos (aquelas pedras que escorregam muito), à beira de rios, cascalho, ou seja, temos que prestar atenção, se não é chão!! Ainda bem que tiveram várias paradas em locais lindos... tanto para ver a paisagem quanto para recobrar o ar... me apaixonei pelos downhills.... a gente despenca morros abaixo sem a menor preocupação de carro, nem de gente, nem de nada.... uma delícia!

Sobre o roteiro, começamos o pedal em Braga. Mas vale dizer que o pessoal da Portugal Bike que passou para nos pegar em Porto, caprichou nos detalhes! Sempre pousadas lindas e aconchegantes, ao longo do caminho todo. Antes de começar o pedal, dormimos em Braga, uma das cidades mais antigas de Portugal. Antes ela se chamava Bracara. Foi em Braga que adquirimos nosso primeiro carimbo na nossa credencial do peregrino. Para falar a verdade, quando eu resolvi fazer esta viagem, só pensava nos visuais, na bike e que ia percorrer um caminho histórico, mas logo no primeiro dia, vi que a grande maioria das pessoas leva a peregrinação muito a sério no sentido religioso e espiritual. Então em cada cidade que passávamos, lá íamos nós atrás de pelo menos 2 carimbos. Na maioria das vezes, esses locais que estampam a credencial, que parece um passaporte, são igrejas. Igrejas que são lindas, medievais, mas também estampamos em cafés charmosos e outros locais turísticos. No primeiro dia pedalamos 43 km, e eu simplesmente desmaiei na cama quando chegamos em Ponte de Lima, não conseguia nem me mexer. Depois de um tempo, a Xoks me acordou e nós fomos jantar com o pessoal do pedal. Em Portugal o fato de jantar SEMPRE implica em tomar vinho. Então já viu, pedal + vinho = cama.

E assim os dias continuaram. No dia seguinte pedalamos para Ponte de Lima, que é a vila mais antiga de Portugal. No outro dia para Valença. Esses 2 dias foram puxadíssimos no pedal. No meio do dia sempre fazíamos um piquenique em algum lugar legal, e depois continuávamos. No dia seguinte atravessamos a fronteira entre Portugal e Espanha pedalando por uma ponte em um local maravilhoso, super verde, foi bem legal, ou como os portugas falam, ‘muito giro’! Na Espanha a paisagem rural continua bem parecida com a de Portugal, mas menos intensa. Há mais cidades e elas são muito mais populosas, mais carros na rua, mais gente, mais movimento. Acabaram os bacalhaus e começam os melhores chocolates-quentes do mundo e as tapas. Esta parte da Espanha, em cima de Portugal, é a Galícia, região onde os galegos, há mais de 1 século, querem a independência da Espanha. Eles nem se consideram espanhóis, e em todo lado tem pichações do tipo “Nunca seremos Espanha”.

A primeira cidade na Espanha onde pernoitamos foi em Pontevedra. Aliás este dia de pedal foi uma delícia, o dia mais plano da viagem, as pernocas nem acreditaram! Desde que entramos na Espanha, passamos a ver muitos mais peregrinos no caminho. Todas as vezes que passamos por eles, fiquei feliz da vida de estar de bike. De lá seguimos para Padron. Acho que desde o dia anterior as nossas pernas já estavam meio amortecidas, pois não sentíamos mais aquela dor na coxa, somente que elas estavam muito pesadas.  Mais 2 dias de pedal, e no último, ... enfim Santiago de Compostela! Tenho cá para mim, que essa estória de caminho místico é resultado do esforço, da superação e do sofrimento para se chegar a certos lugares... foi a mesma sensação quando estive em Macchu Picchu, quase morri carregando aquela mochila de 17 kgs, Andes acima e abaixo, um frio de congelar, e lógico que quando chegamos a Macchu Picchu achei que era um milagre divino.Tive essa nítida impressão ao chegar à Santiago, naquela praça enorme em frente àquela catedral gigante e aquelas centenas de peregrinos... Sem saber, mas ainda mais especial, chegamos à Santiago em feriado nacional de Portugal, o dia de Camões. Mesmo eu não sendo nada mística nem católica, não tive como não me emocionar ao ver aquilo... as lágrimas vieram aos olhos por conta da emoção e da superação de ter pedalado até ali, e de minha admiração por toda aquela gente ali reunida. A viagem de pedal para a gente até que foi tranqüila se comparada com a deles, já que não tivemos que carregar bagagem e as bikes voam, mas a grande maioria vai à pé, carregando as mochilas, com um cajado em cada mão. Ouvimos estórias de gente que caminha quase 2 meses para chegar lá!

Passadas as emoções, fomos pegar o nosso último carimbo na credencial para recebermos o certificado de Compostela (eu nem sabia que existia isso). Uma fila enorme de peregrinos para receber o tal certificado, e depois disso, liberados para curtir Santiago de Compostela. A cidade é uma graça, cheia de gente, cheia de bikes, de shows, de música, realmente encantadora. Apesar de meio mortas de cansaço, nem paramos para descansar, pois só tínhamos aquele dia para curtir ali. Então rodamos a cidade toda de dia, e de noite ainda saímos para brindar. Com a bênção de Santiago!


Eu vou, eu vou... para Compostela eu vou!

Pontes romanas no caminho...

Flores e mais flores....

No começo é tudo lindo....

Xoks making friends.

Os caminhos passam por fortalezas...

... que são lindas.

E subidas por caminhos romanos....

As videiras fazem uma sombrinha boa...

E esses caminhos romanos escorregam.... aí o jeito é usar outros músculos....

Passam por contruções medievais também....

O símbolo do peregrino é a vieira. E ela assim estilizada indica o caminho a seguir...

Às vezes cansava tanto que eu achava que não ia nem conseguir levantar...

Xoks colocando as pedrinhas dos peregrinos...

Menu de brasileiro em Portugal.

A Ponte que atravessamos de Portugal para Espanha pedalando.

Sem fronteiras!

Mais símbolos indicando o caminho.

Não podia esquecer do tal carimbo....

Catedral de Santiago de Compostela!

 É nossssaaaaaaaa!!!!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Porto

Estamos amando Porto! Porto é a cidade do Rio Douro, que entra país adentro ladeado por colinas cobertas de videiras e oliveiras, dos vinhos maravilhosos, das noites super agitadas com bares e boates para todos os lados, galera na rua, cidade super musical, das bandas de rua, dos movimentos ambientais, das livrarias e dos sebos, das construções maravilhosas caindo aos pedaços, afinal é uma cidade portuária. Nos perdemos enquanto explorávamos o centro histórico muitas vezes, fizemos um cruzeiro ao longo do Douro até a Régua, onde fomos em uma vinícola de vinho do porto e provamos vários vinhos deliciosos, dormimos no comboio (trem), comemos bacalhau, curtimos 3 super shows na rua à noite, rock´n´roll e percussão,  e não queremos mais ir embora de Portugal....
Dica de hospedagem ótima em Porto super bem localizada: Best Western Inca. 
Agora já está dando um friozinho na barriga, pois nossa viagem de bike rumo à Compostela começa hoje!! E hoje a Ju também nos abandonou.... ela partiu as 5 da matina para Leon, pois vai fazer o caminho a pé, como uma verdadeira peregrina. A Xoks e eu vamos pedalar.... yessssssssssss..., animadíssimas!
Tomando um sol e vendo a paisagem na beira do Rio Douro.

Show na rua. Maior rock´n´roll!

As videiras ao longo do Douro, vizual lindooooooo....

Uma das tantas casas maravilhosas com azulejos portugueses.

Sol e relax à beira do Douro....

Créditos fotográficos: Pauléti Xoks.

Xoks apreciando a paisagem durante o cruzeiro.

domingo, 5 de junho de 2011

Dona Ana; Évora, Lisboa e Óbidos

Mar do Caribe em Dona Ana / Lagos; cidade murada em Évora no Alentejo; Dazaranha em Lisboa e cidade medieval em Óbidos.

Faz um tempinho que não escrevo... o ritmo da trip está intenso, 3 amigas viajando juntas, cada hora uma tem uma idéia e a gente não consegue parar! No nosso último dia de praia  fomos desbravar outro lado da Costa, a sul do Algarve. Tomamos o rumo de Lagos, e quando chegamos lá, ficamos super felizes de não termos optado por nos hospedarmos lá. É um baita balneário, parece Balneário Camboriú. Passamos direto e fomos para a Praia de Dona Ana, que é linda. Uma prainha minúscula, com água azul turquesa caribenha transparente, cercada de umas rochas amarelas gigantes. Realmente um visual lindo. Na praia, todas as nacionalidades possíveis, australianos, belgas, franceses, etc. Começou um chuvisco, e fomos procurar lugar para almoçar. Demos a maioooor sorte. Comemos a caldeirada com o melhor tempero português da viagem até agora! Restaurante Pirata, um achado. Acompanhado da cerveja Cristal, portuguesa, bem boa, porque até agora eu não tinha gostado das duas locais que tinha provado, a Super Bock nem da Sagres.    

Como o tempo estava meio estranho, achamos que estava na hora de mudar o cenário, e resolvemos ir para Évora, a capital do Alentejo, na direção do interior. Ainda bem que resolvemos ir para lá! É uma cidade linda, totalmente murada, e a vida rola dentro dos muros, totalmente medieval. Tem um certo ar de Parati e de Cartagena. Ruelas estreitas, construções lindas, muitas lojas legais (certas amigas iriam enlouquecer ali). À noite então a cidade parecia cenário de filme. Passamos uma noite lá, e voltamos para Lisboa.

Em Lisboa, fomos à noite no tal do bairro do Chiado e no Bairro Alto. A maioooor galera!!! Parecia a Vila Madalena, só que as ruas são fechadas para carros,  então todo mundo na rua a noite toda. Depois de comermos mais  um bacalhau  maravilhosooo, fomos caminhar por ali. Sons diferentes em cada bar, e eis que de repente ouvimos Dazaranha!!! Nem acreditamos... paramos por ali mesmo, e o rasta man mandava de Daza a Cidade Negra, bar lotado, dance, muito legal!

Dia seguinte era nosso último dia em Lisboa... nos despedimos da city apelidando-a carinhosamente de Lisbonita, Lisbela, Lisbeautiful. Realmente Lisboa superou todas as expectativas. 

De lá, para quebrar a viagem até Porto, e seguindo dicas, rumamos para Óbidos. Outra cidade medieval, dentro das muralhas, lindinha. Nos hospedamos em um hotel que parecia um castelinho, Albergaria Josefa, e caminhamos a cidade toda por cima das muralhas, vendo de um lado a cidade, e do outro morros verdinhos de parreiras e oliveiras. Duas dicas imperdíveis de Óbidos são o restaurante Alcaide, que serve bacalhaus maravilhosos e o licor Ginja que é de uma cereja local, e meio achocolatado, delí!

Praia Dona Ana, Lagos, Algarve

Mar do Caribe em Dona Ana.

Xoks virando Dark Chocolate ao sol do Algarve.



A beautiful day in Évora.
Ainda bem que a Ju engoliu uma bússola....

Monumentos megalíticos mais antigos do mundo!

Xoks pedindo a benção ao monumento megalítico. "Be the change you want to see in the world."

Viagem em 3 amigas: o porta mala nunca fecha, e é impossível sair do hotel antes das 10.30 am....

Em frente ao nosso hotel de Lisboa, com a revista que nos guiou.

 O famosíssimo pastel de Belem, na pastelaria mais antida de Portugal. Realmente corresponde à fama!!

Repondo as energias em grande estilo depois de caminhar muuuuuito!

Óbidos vista da muralha.

 Olha a Ju ali no espelho!