terça-feira, 28 de agosto de 2012

Deserto do Atacama


Esta viagem foi em agosto de 2008. Com certeza é um dos lugares mais lindos que já visitei, um dos lugares mais lindos do mundo! Nunca vi nada tão diferente, paisagens de outro mundo!

Saímos de Floripa de ônibus para Curitiba, onde deveríamos pernoitar na casa de minha querida amiga Camila, e lá embarcar em um vôo direto para Santiago do Chile, onde faríamos uma conexão para Calama. 

Vista do avião da cidade com a Cordilheira dos Andes.
 
Ao chegar em Calama, já vi que ia ter que ficar de olhos bem abertos na viagem, pois vi que meus fones de skype e outros acessórios de eletrônicos tinham sumido de minha mochilona. Chegamos lá à noite, e já pegamos um transporte para São Pedro do Atacama, 100 km de asfalto, tranqüilo. Tínhamos reservado a pousada pela internet, uma das poucas opções que achamos online, e foi bom termos feito isso, pois chegamos lá bem tarde da noite. Mas no dia seguinte, já nos desapontamos bastante com o café da manhã, então ao passearmos pela vila (não dá para chamar de cidade), que é super charmosa, gostosa mesmo de passear por ali, já descobrimos uma outra pousada, simples mas ótimo custo benefício, com uma café da manhã maravilhoso, a Don Raul. Mudamos na hora. Próximo passo, depois de bem instaladas, foi organizar os passeios que queríamos fazer, pois lá nada é perto da vila. São Pedro de Atacama é só um ponto de partida e apoio para exploração do magnífico Deserto do Atacama. Nosso “Lonely Planet” trazia algumas dicas, inclusive qual a melhor agência para estes passeios, e realmente o Lonely tinha razão. Agendamos todos os passeios que queríamos fazer. 


Uma das ruas de pedestre de San Pedro de Atacama, travessa da única rua principal da vila.
   
Igrejinha linda de San Pedro de Atacama.

  
"Cruzamento principal" da cidade!

No nosso primeiro passeio, fomos para o Vale de la Luna, e ali já deu para ter uma bela idéia de onde estávamos. Paisagens SUPER impressionantes, lugares maravilhosos, muitas trilhas, dunas gigantescas, e para coroar tudo isso, fomos assistir o pôr do sol em um lugar com um visual espetacular, mais do que palavras conseguem descrever. Tinha muita gente pedalando por ali, que nos deu a ótima idéia de incluirmos um pedal no roteiro.


 
No fim do dia, o deserto fica cor de rosa...
 

Platéia para ver o por do sol.

Nos próximos dias, fizemos todos os passeios possíveis, pois já estávamos apaixonadas pelo lugar. Final de tarde voltávamos para a vila, onde nos deliciávamos com a culinária local, muito boa, e muito vinho Chileno!

Este passeio das fotos abaixo, foi pelas Lagunas Coloradas. O que mais impressiona no Deserto do Atacama são as cores. A cor do céu, a cor da terra, das montanhas, da água, fazem uma combinação impressionante, fascinante! O Deserto do Atacama é o deserto mais seco do mundo, e essa condição climática tem forte influência nas cores vibrantes de lá.


Uma das lagunas coloradas de nossos passeios.

 

Com estes visuais, ficava difícil querer parar de andar....

  
Esta lagoa era de outro mundo, coalhada de flamingos! A água é tão ácida por lá, que só eles conseguem se alimentar ali.

 
Vulcão Licancabur. Presença constante, de qualquer lugar que olhávamos.

A laguna dos flamingos novamente.





Uma noite, saimos para uma Expedição Astronômica. O céu noturno do Atacama é famoso por ser um dos que oferecem maior vizibilidade no mundo, tanto é que vários projetos científicos, como o ALMA, tem base lá. Esta noite, fomos para o meio do deserto, sob um frio intenso, gelado, observar as estrelas através de telescópios gigantes. Foi uma experiência única!!! Um verdadeiro show de estrelas cadentes, e observamos alguns planetas, e a Lua, muito, muito próximos de nós, emocionante!


Expedição astronômica. Show de estrelas cadentes.


La Luna!


La Luna de outro ângulo.



Teve um dia que resolvemos pedalar. Alugamos umas bikes, conseguimos uns mapinhas, empacotamos sanduíches de abacate!, e lá fomos nós. Passamos por umas formações rochosas que pareciam formar um canyon, e tinham sal nas paredes, nos chão. Tanto sal, vem do Salar do Atacama, ali próximo, que continua no segundo maior salar do mundo, o Salary de Uyuni, na Bolivia. Este pedal foi muito legal, vimos paisagens lindas, nos perdemos e nos achamos, e nos divertimos.

Pedal por uns canyons.

Teve um dia que acabamos em um verdadeiro "programa de índio". Fomos fazer uma caminhada de uns 20 km, a Caminada Altiplanos. Como o próprio nome diz, a caminhada era nas alturas, e havia um vento contra, que o tempo todo tentava nos fazer sair voando!! Os visuais eram lindos, mas o sofrimento foi tremendo. Meu pé congelou, e alguem ali do grupo me emprestou uma palmilha térmica de caminhada no gelo que o fez ressucitar.

Visuais ao longo da Caminada Altiplanos.

Mais visuais ao longo da Caminada.


Um dos passeios mais marcantes que fizemos, foi o dos Geysers del Tatio. Tudo neste passeio foi marcante. Tivemos que acordar antes das 4 da manhã, e aguardarmos o carro nos pegar na porta da pousada na madrugada, sob um frio inexplicável. Este dia vestimos todas as roupas que tínhamos na mochila! Dirigimos por mais de 1 hora, até chegarmos justo ao amanhacer no local dos geysers, que são ao pé do Vulcão Tatio, já extinto. A luz do amanhacer no deserto, aquele frio, e aquela fumaça subindo de buracos com água fervente do chão, ou seja, os geysers, tudo formava uma paisagem linda, maravilhosa, fascinante.



Os geysers ao pé no vulcão Tatio.
 

Geysers del Tatio.



Amanheceu, tomamos café da manhã ali mesmo montado pelo nosso guia junto aos geysers, e já era hora de partir. No retorno, uma linda surpresa. Um rio de água quentíssima, emoldurado por plantas congeladas! O visual era deslumbrante!! Só que a idéia era entrarmos na água. Ali, de manhã, depois de termos congelado naquela madrugada, parecia impossível se trocar, colocar biquinis!!, e entrar na água. Mas ainda bem que me deixei convencer....

O rio de águas quentes soltando fumaça ao encontrar a neve ao redor.
 

Depois que conseguimos entrar, não dava vontade de sair!

Créditos fotográficos: Camila Barp.

terça-feira, 31 de julho de 2012

 A Incrível Viagem de Schackleton - Alfred Lansing

Este é exatamente o estilo de livro que eu gosto: relato de uma viagem super radical. Mais radical impossível, ainda mais por ser verídica! O livro relata a literalmente incrível viagem de 22 homens, que em 1924, saem da Inglaterra para cruzar o continente antártico, passando pelo Pólo Sul, navegando por mares onde ninguem ainda tinha navegado. O navio encalha no gelo, e acaba sendo destruído. E aí vem a parte mais incrível e eletrizante do livro:  Por 6 meses, Schackleton e sua equipe sobrevivem sobre placas de gelo que se deslocam pelo mar congelado da Antártica, até que conseguem começar sua jornada em botes salva vida, pelo mar mais revolto do mundo, em busca de socorro. É simplesmente fantástico!



Baking Cakes In Kigali - Caile Parkin

Trata-se da estória de uma senhora em Ruanda, que tem um pequeno negócio em sua própria casa. Ela faz bolos sob encomenda. Cada pessoa que vem até ela encomendar um bolo, acaba contanto o seu momento atual de vida. As estórias de todos vão se entrelaçando, virando um delicioso romance sobre a vida, amor e bolos. E tudo fica ainda mais interessante por se passar em um país de cultura diferente e tão interessante. É daqueles livros que a gente não quer desgrudar.







O Valor dos Valores - Swami Dayananda Saraswati

Este não é o tipo de livro pelo qual eu teria me interessado espontaneamente. Mas o fato de eu estar praticando yoga, e me interessando cada vez mais pelo assunto, me levou a ele. O livro é uma delícia de ler. De forma leve e fácil, ele discorre por alguns capítulos do Vedanta, que são considerados como aqueles que conduzem ao conhecimento, pois a sua compreensão e a sua aplicação na vida diária são capazes de tranquilizar a mente para proporcionar um campo propício ao auto-conhecimento.





Chico Buarque - Para seguir minha Jornada

Mesmo para quem acha que conhece a trajetória de Chico Buarque que nem eu, este livo é maravilhoso de ler, de folhear, e de se ter em casa. Lendo o livro, fica mais fácil ainda ver porque o sucesso de Chico atravessou tantas épocas turbulentas, tantas fases diferentes da Música Popular Brasileira, e mesmo 46 anos após o sucesso de "A Banda", que o revelou, ainda soa novo e delicioso a cada nova música e cada novo show. Que Chico é de um talento genial, isso todo mundo sabe, mas o livro trás o "por trás dos bastidores" de como algumas músicas foram compostas, as cartas entre ele e os amigos que ficaram no Brasil quando ele morou na Italia, e fotos, muitas fotos deliciosas de ver. Vale cada linha. 







Liberdade - Jonathan Franzen

O livro começou meio estranho, muito focado em problemas de uma familia norte-americana, que no início me pareceu até bem chato de ler. Mas subitamente torna-se um romance envolvente que volta ao passado para começar da estória de vida de 3 adolescentes, sendo uma, a estrela do time de basquete da universidade, outro é um cantor de rock, e o outro é um amigo extremamente preocupado com o meio-ambiente e cheio de valores morais. A vida destes três personagens e das pessoas aos seus entornos é um trama que poderia ter acontecido em qualquer lugar, com qualquer pessoa, pois é fácil se identificar com eles. O autor me surpreendeu e me prendeu até a última linha do livro, e me deixou curiosa por como pode ter continuado a vida de seus personagens.

sábado, 28 de julho de 2012

Highlands - Terras altas da Escócia

Desde que comecei a planejar esta viagem para a Escócia, eu sabia que queria ir para as Highlands, mais especificamente para a Skye Isle, mas não sabia como. A princípio, tinha pensado em fazer um bate-e-volta a partir de Edinburgo, mas graças a uma resposta que eu consegui em um site de viagens, soube que esse não era a melhor opção, pois eu teria que ir de ônibus e a distância era muito longa. Ainda neste site, acabei conseguindo a dica de algumas empresas que fazem este tipo de viagem, que na verdade é uma excursão. Eu nunca tinha viajado de excursão, simplesmente acho que não faz o meu tipo de viagem, mas neste caso, eu não vi outra saída, e lá fui eu, embarquei em uma viagem de 3 dias com a Haggis, em um micro-ônibus onde todas as pessoas eram de países de língua inglesa. Isso que dá pesquisar em inglês. Foi cansativo, muitas horas dentro do ônibus, mas a paisagem é simplesmente espetacular, diferente de qualquer outro lugar, valeu cada minuto! Também foi muito legal o fato de termos uma guia, pois passamos por vários locais históricos, onde as respectivas histórias eram fascinantes. Estivemos em Glencoe, que foi palco de uma das lutas mais sangrentas da região, envolvendo traições, um verdadeiro romance. No Loch Ness, fiquei surpresa ao ouvir o tanto de pessoas que realmente acham que o tal monstro existe, e não é só 1, mas sim 9 monstros! Visitamos o segundo castelo mais famoso da Escócia, Eilean Donan Castle, percorremos a Ilha de Skye, que é enorme, com uma beleza totalmente diferente de nossa idéia de ilha, super verde, com muitas ovelhas, e mar revolto, e Culloden Battlefield, local onte houve a maior guerra em solo britânico.

Estes são os bois escoceses. Totalmente cabeludos, e muito maiores que os nossos. Tanto pêlo no rosto, é para proteger da neve e chuva contínua.

Definitvamente a Escócia é o lugar mais verde que já vi!

Caminhando pelas Highlands, lindo!

Teatro Escoces para apresentar a cultura local. Demais!

Lago Ness, ou Loch Ness como eles falam. Este lago tem mais água do que todos os outros lagos da UK juntos!

Lago Ness. Se tirasse toda a água dele e colocasse toda a população mundial ali, somente metade do lago seria preenchido!

Eilean Donan Castle

Beira-Mar.

Mais um castelo Escocês em nosso caminho.

Destilaria do Whisky Bells. Os Escoceses são super orgulhosos do Whisky deles. Não deixam misturar nem om gelo! A destilaria foi realmente interessante, mas não tem jeito, não consigo gostar desta bebida.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Edinburgo

Edinburgo, a capital da Escócia é uma linda pequena cidade. Parece um cenário de filme antigo, com construções bem antigas e muito preservadas. Cheguei em Edinburgo às 10 horas da noite, que mais parecia 4 horas da tarde. Final de junho, então os dias são longos. O ônibus que peguei no aeroporto, vai direto para o Centro da Cidade, e o ponto final é em uma avenida. Descemos do ônibus, e eu já nem sabia para que lado olhava, de tantas construções lindas. E olha que nesta viagem eu já tinha passado por Paris e Irlanda, mas mesmo assim, a beleza de Edinburgo impressiona, pois alem das construções, o relevo da cidade é diferente, em pleno centro da cidade tem um vulcão de um lado, o Arthur´s Seat, e do outro lado, uma montanha rochosa com um castelo em cima!

Vista do centro de Edinburgo


Apesar de verão, estava frio. Após umas duas paradas a pé para perguntar a direção de meu hotel, cheguei no endereço que parecia ser o do hotel. Mas não tinha a menor cara de hotel, e ninguem atendia a campainha. Depois de muitas tentativas, resolvi perguntar para um rapaz que estava em um carro estacionado se ele podia me ajudar. Os escoceses são muito prestativos! Ele pegou um guia de ruas, falou para eu esperar ali, que ele ia achar o hotel. Ligou o carro e partiu. Em menos de 5 minutos estava de volta, para me dizer que tinha encontrado o local e me deixou lá. Fiquei pasma com a atitude! Este hotel merece uma mençao especial. A apenas 5 minutos a pé do centro, é um ótimo custo-benefício. Lindo, quarto super confortável, com pequenos mimos que eu não esperava, e pessoal da recepção muito atencioso e prestativo. Abbey Hotel.

Castelo em cima de penhasco em pleno centro da cidade.




Subindo o Arthur´s Seat, vulcão extinto de Edinburgo. Era tanta cerração, que não dava para enxergar nada em direção nenhuma!

Esta é a flor mais comum da Irlanda e Escócia, está em todo lugar.



Vista da cidade a partir do Carlton´s Hill. Este morro ficava em um parque na minha rua.

Caminhando por Edinburgo

Rua do Teatro. Esta era a rua que eu tinha que caminhar para chegar ao Centro.


North Bridge, com o maior monumento do mundo já construído em homenagem a um escritor.


domingo, 15 de julho de 2012

Dublin

É muito facil se apaixonar por Dublin, ou "Baile Átha Cliath", seu nome tradicional em Gaélico. Dublin potencializou a impressão que eu vinha tendo da Irlanda ao viajar pelo sul deste país: um povo super animado e receptivo, um cenário musical incrível, muito verde, cidade relativamente pequena e organizada, fácil de encontrar qualquer lugar, comida boa e a incrível Guiness para celebrar o final de tarde que ia até às 11 da noite!
Antes de viajar, eu dei a sorte de pegar algumas dicas com a irmã de uma amiga que morou nesta cidade por um tempo, então visitei lugares únicos, e ainda tenho uma boa listinha para a próxima vez que for para lá. Alguns lugares imperdíveis são: - o Temple Bar, bairro que reúne uma enorme concentração de pubs, seria assim uma mini-Vila Madalena; - The Iveagh Gardens é um jardim escondido e fica no centro, verdadeiro oásis verde; - Dublin City Gallery / The Hugh Lane, ver o estudio do Francis Bacon; - tomar uma "pint" (o nome do canecão de cerveja) no Pub Cobblestone em Smithfield, totalmente fora do circuito turístico e com uma banda sensacional (a melhor noite é segunda-feira), e mais estes:

Dublin às 6.30 hrs da manhã.

Fábrica da Guiness

Dun Laoghaire - cidade a 15 km de Dublin, onde moram Bono, The Edge, Van Morrison entre outros. Fui no domingo, quando há uma feirinha de orgânicos na praça da cidade, programa local delicioso para quem curte street-food!

Esta é a Key West Official, banda que toca nas rádios na Irlanda. Curtir este show deles na rua em frente ao St. Stephen´s Green, o parque da cidade, foi um privilégio!

Galway - Cidade que visitamos a caminho do oeste do país. Em poucos dias após nossa visita, ia ser a chegada da Volvo Ocean Race, que também passou por Santa Catarina, Itajaí.

Castelo também no nosso caminho rumo ao oeste do país.

Cliffs of Mother, nosso destino no oeste da Irlanda, paisagem lindíssima!


Cliffs of Mother.

Alguns lugares recomendados que ainda não fui desta vez, mas estão na lista: Filmbase,
Curved Street, Temple Bar, Dublin 2; IFI, Irish Film Institute, ótimo pra pegar um cineminha, tomar uma cerveja e comer uns petiscos; Howth, bairro de pescador, subir o morro e dar a volta na ilha; fábrica da Destilaria Jameson.